ATUAÇÃO NOS DISTRITOS

O Desafio das Comunidades Ribeirinhas

As comunidades ribeirinhas que vivem ao longo das margens do rio Madeira enfrentam desafios únicos e complexos que moldam suas vidas. Um dos principais problemas é a variabilidade das águas, que traz desafios tanto durante a seca quanto nas cheias. Durante a seca, a escassez de água se torna um fator crucial, pois os moradores, como Elizete Mota da comunidade Bom Será, veem suas colheitas diminuírem e a pesca se tornar uma atividade mais difícil. Essa situação não só afeta a disponibilidade de alimento, mas também impacta a economia local, uma vez que muitas famílias dependem dessas atividades para sua subsistência.

A cheia, por outro lado, apresenta seus próprios perigos. Ela pode se intensificar rapidamente, levando à perda de casas e plantações, além de ameaçar a segurança das pessoas. Essa dualidade entre seca e cheia torna a vida nas comunidades ribeirinhas uma constante luta pela sobrevivência e adaptação.

Capacitação e Formação de Voluntários

A recente criação do Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), da Superintendência Municipal de Defesa Civil (SMDC), representa uma mudança significativa nesse cenário. Com a capacitação de voluntários das comunidades, a Prefeitura de Porto Velho espera fortalecer a capacidade de resposta a esses desafios. Os treinamentos realizados, como o que aconteceu na Escola Municipal Professora Maria Angélica Queiroz, são essenciais, pois oferecem aos participantes o conhecimento necessário para agir em situações de risco.

Durante essas sessões de formação, os voluntários aprendem sobre a prevenção de desastres, primeiros socorros, como identificar riscos e como organizar suas comunidades para melhor preparar-se para as emergências. Essa abordagem participativa não só capacita os indivíduos, mas também promove um senso de solidariedade e responsabilidade coletiva, fundamental para enfrentar os desafios juntos.

A Importância do Nupdec

O Nupdec representa a primeira iniciativa desse tipo em Porto Velho, sendo um hoje um modelo a ser seguido por outras localidades. A criação desses núcleos comunitários é uma forma de levar o suporte da Defesa Civil mais perto das pessoas que realmente o precisam, criando um elo entre a administração pública e a população. “Estamos montando a primeira equipe do Nupdec aqui no médio madeira,” afirmou Marcos Berti, superintendente da SMDC. O objetivo é garantir que, em momentos críticos, a Defesa Civil tenha representantes que conheçam bem a realidade local e possam agir de maneira eficiente.

Os voluntários do Nupdec se tornam “olhos” da Defesa Civil Municipal em suas comunidades. Isso significa que eles não só serão capazes de identificar riscos, mas também de relatar emergências e atuar como pontos de informação e apoio em momentos de crise. Essa nova estrutura pode potencializar a eficiência da resposta a desastres, especialmente em áreas remotas onde a ajuda pode demorar a chegar.

Histórias de Moradores e Suas Lutas

As histórias de moradores como Elizete e Simone Alves, que participaram da capacitação, são exemplos inspiradores de como a colaboração e a capacitação podem transformar a realidade. Para muitos desses habitantes, a vida em comunidades ribeirinhas é marcada por desafios diários, incluindo a própria adaptação às mudanças climáticas e aos ciclos naturais das águas.

Simone, por exemplo, destacou a importância do treinamento, afirmando que agora compreende melhor o que sua comunidade realmente precisa e como ela pode ajudar. Essa transformação vai além do aprendizado técnico; trata-se da construção de uma nova perspectiva sobre ação comunitária e solidariedade.

A Iniciativa Pioneira da Prefeitura

A criação do Nupdec e a capacitação dos voluntários representam um esforço inovador da Prefeitura de Porto Velho para melhorar a resiliência da população urgentemente. Ao apoiar a participação comunitária, a administração não apenas trata das questões de emergência, mas também investe na promoção da cidadania ativa e na confiança da população em sua própria capacidade de se proteger.



A implementação dessa iniciativa sinaliza um avanço significativo nos esforços de defesa civil da cidade, mostrando que a Prefeitura está comprometida em criar um ambiente mais seguro para todos. Essa abordagem de aprimoramento contínuo deve ser um exemplo a ser seguido por outros municípios em situações semelhantes.

Conhecimento em Situações de Emergência

O conhecimento adquirido durante as formações é essencial não apenas para ações imediatas, mas também para a construção de uma cultura de prevenção. Os voluntários aprenderam a importância da percepção de risco e como conduzir ações que não só minimizam os danos, mas também salvam vidas. Isso inclui o aprendizado sobre primeiros socorros e como reconhecer os sinais de alertas na natureza.

A capacitação também aborda a prevenção de queimadas, que, em temporadas secas, pode ameaçar a segurança das comunidades. Esse tipo de conhecimento é vital, pois permite que os moradores adotem práticas seguras, evitando desastres que poderiam ser facilmente prevenidos. Essa educação contínua se traduz em comunidades mais informadas e preparadas.

Impacto na Segurança da Comunidade

O impacto da formação e do funcionamento do Nupdec nas comunidades ribeirinhas é palpável. Com um grupo de voluntários capacitados, as comunidades ganham não apenas em segurança, mas também em autonomia. Esse novo modelo de Defesa Civil empodera os cidadãos, permitindo que eles tomem as rédeas de suas próprias vidas e ambientes.

A segurança comunitária aumentada não apenas protege vidas, mas também fortalece o tecido social da comunidade. Os moradores se tornam mais próximos, colaborando em questões de segurança e prevenção, enquanto desenvolvem um maior senso de pertencimento. Com a defesa civil em suas comunidades, eles se sentem mais seguros e confiantes em sua capacidade de enfrentar desafios.

Testemunhos de Participantes

A capacitação deixou uma marca indelével nos voluntários, e seus testemunhos falam volumes sobre a importância da iniciativa. Elkes Monteiro, por exemplo, descreveu a experiência como “transformadora” e expressou esperança de que essa nova estrutura traga muito mais apoio e organização para sua comunidade. A empolgação e o senso de compromisso dos participantes são palpáveis; eles não são mais apenas beneficiários, mas agentes ativos de mudança.

De acordo com os relatos dos participantes, a formação não apenas os preparou para agir em situações de emergência, mas também os incentivou a buscar soluções criativas para os problemas que suas comunidades enfrentam no dia a dia. Para cada um desses moradores, a capacitação representa uma nova era de esperança e segurança.

Perspectivas Futuras do Projeto

Aumentar a formação e fortalecer os núcleos comunitários deve ser uma prioridade contínua. A expectativa é que a capacitação se expanda para outras áreas, alcançando ainda mais localidades por todo o Alto e Baixo Madeira. O objetivo é que cada comunidade desenvolva sua própria rede de segurança, ampliando o alcance das iniciativas de Defesa Civil.

Além disso, com mais voluntários, a troca de experiências entre as comunidades pode tornar-se uma realidade palpável. Compartilhar sucessos e estratégias pode levar a um fortalecimento ainda maior da resiliência coletiva, proporcionando um ciclo contínuo de aprendizado e adaptação. Assim, as comunidades poderão enfrentar as adversidades com mais força e determinação.

Apoio e Colaboração com a Defesa Civil

O sucesso do Nupdec depende fortemente do apoio contínuo da Defesa Civil e da Prefeitura. A colaboração é fundamental para que as iniciativas se sustentem ao longo do tempo. Isso envolve não apenas o fornecimento do conhecimento necessário, mas também o acompanhamento constante e a atualização dos voluntários.

Com a parceria estabelecida entre a Defesa Civil e as comunidades, o futuro se torna mais promissor. As comunidades ribeirinhas estão aprendendo a se auto-organizar e a estruturar ações de prevenção e resposta, fazendo com que as políticas de defesa civil se tornem cada vez mais eficazes e adaptadas à realidade local.

Entender a importância da colaboração mútua entre o poder público e os cidadãos é crucial para que a proteção e a defesa civil não sejam apenas a responsabilidade de alguns, mas uma preocupação coletiva.